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Reports from South American Theologians


Reports from South American Theologians

  1. Prof. Paolo Agostino, Pontifical University, Belo Horizonte, Brazil

  2. Prof. Dr. Paulo C. Fernando, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil

  3. Prof. Dr. Erico Joao Hammes, Pontificia Univ. Catolica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil

  4. Dr. Vitório Jaldemir, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), Belo Horizonte, Brazil

  5. Dr. Afonso Maria Ligorio Soares,  Pontifícia Universidade Catolica de São Paulo, São Paulo, Brazil

  6. Prof. Luiz Carlos Susin, Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, BraziI

  7. Dr. Isabel Corpas de Posada, Universidad de San Buenaventura, Bogotá, Colombia

  8. Prof.  Javier Enrique Cortés Cortés, Universidad Católica del Norte, Coquimbo, Chile

  9. Dr. Gabriela M. Di Renzo, Universidad Católica Argentina, Buenos Aires, Argentina

  10. Dr. Socorro Vivas Albán,  Pontificia Universidad Javeriana, Bogotá, Colombia

 

Prof. Paolo Agostino Pontifical University Belo Horizonte, Brazil

Prof. Dr. Paulo C. Fernando Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Brazil

Prof. Dr. Erico Joao Hammes Pontificia Univ. Catolica do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brazil

Dr. Vitório Jaldemir Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) Belo Horizonte, Brazil

Dr. Afonso Maria Ligorio Soares Pontifícia Universidade Catolica de São Paulo São Paulo, Brazil

Prof. Luiz Carlos Susin Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brazil

  1. Na última década, qual foi o desenvolvimento da Teologia em sua região ou país que você considera promissor? [In the last decade or so, what is one theological development in your region and/or country that you consider promising?]

  2. A Teologia da Libertação – uma Teologia com rosto latino-americano

A Teologia da Libertação continua a ter plena validade na América Latina. Quando um teólogo latino-americano se pergunta por onde andará Deus nesse Continente, necessariamente, terá que investigar, primeiro, por onde andam os pobres nessas terras latinas. Portanto, a Teologia latino-americana tem os pés no seu próprio chão e, a partir dele, sonda os caminhos de Deus, seus sinais, seus rastros e seus rostos.

A decidida opção pelos mais fracos, pelos pobres, como lugares privilegiados da manifestação de Deus na história, funciona como pressuposto do método, que faz a Teologia entrar em diálogo profundo com o mundo e com as outras ciências, com preocupação libertadora. Por outro lado, a Teologia Latino-americana tem dado mostras de ter suficiente coragem para se desvencilhar das amarras da Teologia oficial ontologizada e perceber os sinais dos tempos, na diversidade cultural que a caracteriza. Nesse sentido, é uma teologia eminentemente hermenêutica da realidade e da ação pastoral (Ver, Julgar, Agir).

Método indutivo, multidisciplinaridade, círculo hermenêutico entre práxis e teoria, decidida opção pelos pobres são elementos de uma Teologia latino-americana apta para ser Teologia inculturada e provocadora de reais processos de libertação dos deserdados do nosso Continente. As diversas óticas e teologias contextuais continuam a ter nomes de referência no Brasil: feminista, índia, afro-brasileira, queer, e sobretudo ecoteologia a partir do nome de referência no Brasil, Leonardo Boff, mas também da influência de Jürgen Moltmann.

  1. A Teologia Pública – uma nova oportunidade para a Teologia

Um viés promissor para a Teologia desponta com a chamada Teologia Pública. Eis dois desafios a serem enfrentados:

  1. Pensar a confessionalidade no diálogo com a sociedade

A Teologia Pública parte das questões levantadas pela realidade, buscando oferecer contribuições para os impasses religiosos e de fé vividos na sociedade. Teólogos e teólogas das mais diferentes pertenças eclesiais se unem no intuito de pensarem juntos os caminhos de uma Teologia relevante no âmbito sócio-político-econômico-religioso. O diálogo permite-lhes elaborar uma reflexão teológica útil para quem deseja viver seu compromisso religioso com consistência e sentido, numa sociedade cada vez mais complexa e pluralista.

A Teologia Pública é marcada por dois fatores. (a) Seus temas não são dados, obrigatoriamente, pelo corpo eclesiástico ou mesmo pelas igrejas. Seus objetos de análises provêm das questões surgidas na dinâmica sociais e são captados e interpretados por teólogos e cientistas da religião, com a finalidade de fazer-lhes uma leitura teológica ou religiosa. (b) Por outro lado, a Teologia Pública não tem a função de ratificar os dogmas das tradições confessionais e dispensa a anuência de qualquer tradição teológica confessional. Ela se abre ao ecumenismo, ao diálogo com as múltiplas tradições religiosas e para as dinâmicas sociorreligiosas, donde resultam novas formas de espiritualidades, que tornam o quadro religioso brasileiro sempre mais complexo.

A Teologia da Libertação tem um papel importante no arranjo teórico dessa forma de Teologia Pública ampla e abrangente.

  1. Teologia e Ciências da Religião – um equilíbrio a ser buscado

Tanto a Teologia quanto as Ciências da Religião têm como objeto de investigação o fenômeno religioso. A Teologia tem a tarefa de buscar a intelecção da fé para a comunidade de crentes. As Ciências da Religião, por sua vez, preocupam-se com o fenômeno religioso, enquanto tal, para lhe compreender as múltiplas expressões e o significado social e histórico. O mesmo fenômeno é observado sob ângulos distintos e com distintas metodologias.

É perceptível o crescimento do número de pesquisadores e estudantes da área das Ciências da Religião. Este fato suscita a discussão sobre o lugar da Teologia, que parece se tornar secundário.

O equilíbrio entre Teologia e Ciências da Religião tem mais chance de acontecer, na medida em que a Teologia produzida seja de caráter público, ao mesmo tempo em que as pesquisas em Ciências da Religião contribuam para o entendimento do fenômeno religioso e do seu valor no processo de formação cultural e ético das sociedades, bem como sua importância no processo de assimilação de diferentes aportes metodológicos na interpretação da realidade sociorreligiosa.

O atual momento eclesial, fruto dos últimos anos de “volta à grande disciplina”, obrigou os “teólogos orgânicos” das comunidades eclesiais a se tornarem mais pesquisadores acadêmicos, permanecendo algumas instituições na perseverança à assessoria eclesial, como o CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos) e o CESEP (Centro Ecumênico de Serviço à Evangelização Popular).

Há uma grande multiplicação de cursos para leigos: paroquiais, diocesanos, regionais, de tendências diversas, desde cursos de teologia próprios dos movimentos eclesiais de espiritualidade até cursos populares que reúnem CEBs. Cursos acadêmicos seminarísticos tendem a seguir de perto o Catecismo e subsídios mais oficiais da Igreja.

  1. Segundo seu pensamento a respeito das décadas vindouras, o que você antevê como oportunidade significativa para o desenvolvimento da Teologia em sua região ou país? [As you think about the coming decades, what do you foresee as a significant opportunity for the development of theology in your region and/or country?]

O problema que se coloca é: para onde caminha a Teologia? Existem temas pendentes de serem aprofundados e melhor assimilados. Outros são temas recorrentes, à espera de serem retomados e atualizados. Outros dependerão de um sério discernimento da história, para se chegar a compreender sua presença latente e sua relevância.

  1. Temas da Teologia, em geral

Pensando a Teologia, enquanto tal, é preciso:

  1. Passar de uma Teologia dogmática, doutrinal para uma Teologia hermenêutica, existencial e pastoral.

  2. Desenvolver uma Teologia do Espírito Santo e repensar a Trindade para corrigir o juridicismo e o cristomonismo ocidental e evitar o carismatismo superficial dos movimentos ligados a esta pessoa trinitária.

  3. Aprofundar os três níveis da cristologia: o Jesus histórico que conseguimos alcançar com os recursos da exegese moderna; o Jesus da Teologia narrativa das comunidades que nos deixaram os evangelhos e os outros textos do Novo Testamento; e o nível da interpretação de Jesus para os homens e as mulheres de hoje.

  4. Pensar uma eclesiologia que privilegie a categoria de Povo de Deus, com acento fundamental na igualdade batismal e na responsabilidade comum de todos os cristãos, superando os traços clericalistas e institucionais. E, a partir daí, pensar as necessidades atuais de participação do leigo, da mulher e dos marginalizados pelas estruturas religiosas.

  5. Enfrentar os problemas éticos da atualidade advindos da genética, da biotecnologia, da nova antropologia influenciada pela crescente manipulação do corpo humano pelas ciências. Nesse sentido, um panorama desafiador é o estado atual das ciências, desde a cosmologia até as neurociências, para uma confrontação teológica ao estilo da confrontação e do aprendizado em tempos de Darwin, de Marx e de Freud.

  6. Defrontar-se com a nova cultura midiática que afeta a totalidade da vida, a compreensão de ser humano, o mundo das relações, o enfraquecimento das relações primárias à luz das exigências do Cristianismo de transcendência, de espírito comunitário, de relação pessoal com Deus e com os demais.

  7. Temas específicos da América Latina

Uma agenda teológica latino-americana, pensada em termos de Teologia Pública, exige que se incluam algumas questões incontornáveis. Entre elas:

  1. A situação dos empobrecidos e dos marginalizados continua escandalosa e questionadora da fé cristã. A Teologia, a partir do pobre, no sentido da clássica Teologia da Libertação não perdeu a atualidade, antes se fez ainda mais necessária e carece de ser valorizada.

  2. A problemática social, criada pela política econômica neoliberal, desafia a reflexão encarnada da fé cristã.

  3. As comunidades eclesiais de base e a leitura popular da Escritura, na linha dos círculos bíblicos, desafiam a elaboração de uma eclesiologia que repense os ministérios (ordenados e não ordenados), no interior da Igreja, e sua abertura ao mundo contemporâneo.

  4. A perspectiva do seguimento de Jesus deve ser a marca da cristologia do Jesus histórico, onde se privilegie sua opção pelos pobres, pecadores e marginalizados.

  5. O crescimento da consciência afro e indígena, a expansão das formas religiosas plurais, o presente fenômeno religioso, a valorização da ética secular pedem repensamento da Teologia do cristianismo, na perspectiva do diálogo inter-religioso e com os não-crentes.

  6. A nova configuração religiosa do Continente, com a expansão das denominações evangélicas neopentecostais, exige mudança na maneira de pensar a fé e as estruturas eclesiásticas, especialmente, as que tocam o contato próximo com o povo.

  7. Segundo seu pensamento a respeito das próximas décadas, o que você antevê como ameaça para o desenvolvimento da Teologia em sua região ou país? [As you think about the coming decades, what do you foresee as a significant threat to the development of theology in your region and/or country?]

No Brasil, com o reconhecimento oficial dos cursos de Teologia, em todos os níveis, o financiamento de projetos de pesquisa teológica tem resultado de convênios com instituições estatais, mais que eclesiásticas, como era nosso passado. Este fato tem importância, quando se trata de produzir Teologia para além dos esquemas dogmáticos e eclesiásticos, característicos da Teologia Pública e da Teologia da Libertação.

A prevalência dos recursos de agências governamentais tem incidência na produção teológica, pois não financiariam o que, de certo modo, não se enquadrasse em sua concepção de ciência e de cientificidade. Seria essa uma ameaça para a Teologia?    

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Os teólogos e as teólogas são desafiados a fazer Teologia com extrema atenção à realidade, sem abrir mão do rigor científico e metodológico. E, por outro lado, a estarem atentos para evitar o academicismo e as teorizações inúteis. O diálogo com a sociedade lhes permitirá apontar saídas para os grandes impasses da humanidade. Tarefa ingente, da qual não poderão se furtar!

[Texto elaborado por Jaldemir Vitório com acréscimos de Luis Carlos Susin].

 

Dr. Isabel Corpas de Posada de la Asociación Colombiana de Teólogas Universidad de San Buenaventura Bogotá, Colombia

En la última reunión de la Asociación Colombiana de Teólogas, acordamos con mis colegas que yo presentaría en este encuentro de INSeCT un balance del recorrido que hemos hecho las mujeres teólogas en estos cuarenta años. Y que lo haría en primera persona, testimonialmente, desde mi propia circunstancia de mujer nacida en un mundo patriarcal y de laica bautizada en una iglesia clerical. También como testigo de cambios profundos, como el paso de la exclusión de las mujeres en la vida pública a su irrupción en todos los ámbitos de la vida social y en busca de una identidad propia; de la eclesiología piramidal a la eclesiología de comunión; de la teología dogmática europea a las teologías latinoamericanas; de la teología androcéntrica a las teologías en perspectiva de género.

Además pertenezco a la generación de mujeres que pasamos del ámbito privado de la casa al espacio público, y a la primera generación de mujeres que tuvimos acceso al saber.

Hace cuarenta años las mujeres no estudiaban teología. No enseñaban teología. Tampoco, obviamente, escribían teología. Al fin y al cabo, la teología era quehacer de hombres de Iglesia. Pero no por otra razón, sino porque como el saber era patrimonio de los hombres, el saber teológico era, consiguientemente, exclusividad de los hombres de Iglesia, que estudiaban teología en los seminarios y facultades eclesiásticas como requisito para su ordenación “sacerdotal”, enseñaban teología a los seminaristas que se iban a ordenar y escribían teología que leían otros hombres de Iglesia.

Los cambios socioculturales del siglo XX nos permitieron a las mujeres estudiar teología, enseñar teología, escribir teología. Lo cual no ha sido fácil, pues la tradición patriarcal ciertamente no facilitaba el reconocimiento profesional de las mujeres en un escenario tradicionalmente eclesiástico y clerical.

En el proceso de incorporación de las mujeres al saber y al quehacer teológico, las primeras teólogas aceptaron –aceptamos– esquemas mentales, metodología, imaginarios, conceptualizaciones y temas de la teología tradicional. Luego se hizo necesario buscar nuevos caminos para la reflexión teológica desde nuestra propia experiencia de la realidad y nuestra propia experiencia de fe, así como nuevas formas de investigar y producir saber. La teoría de género permitió deconstruir los paradigmas que enmarcaban las relaciones de hombres y mujeres. Y la hermenéutica de la sospecha, propia de la teología de la liberación permitió cuestionar toda forma de discriminación y toda situación de opresión. Los trabajos de las colombianas que hicieron eco a estas corrientes, tenían, y siguen teniendo, voz teológica propia, como una forma alternativa de hacer teología, que no pretende competir o suplantar la teología hecha por los hombres, pero que devuelve al discurso teológico el otro lado de la experiencia humana y la voz de aquélla que calló durante siglos.

Como quiera que los aportes de las mujeres teólogas debieron abrirse camino en un entorno masculino y clerical, su presencia como profesoras en las facultades de teología tuvo –¿y sigue teniendo?– opositores.

Ahora bien, como lo he manifestado en repetidas ocasiones, tuve la fortuna de que las directivas la Facultad de Teología de la Pontificia Universidad Javeriana creyeran que una mujer podía estudiar y enseñar teología. No así, muchas veces, los estudiantes que preferían hombres de Iglesia como profesores. Pero las directivas, al aceptar mi presencia, abrieron la puerta a otras muchas colegas en la vida de la Facultad que estudian teología, enseñan teología, escriben teología, pioneras en la irrupción en un espacio tradicionalmente vedado para las mujeres.

Las teólogas colombianas, como nuestras colegas de otras regiones, comprendimos la necesidad de aunar esfuerzos y sentir que no estábamos solas, cada una por su lado. Necesitábamos construir redes de solidaridad en un espacio de reflexión teológica y de comunión eclesial.

Las primeras teólogas –Marta Lucía Chaparro, Dora Tobar, Socorro Vivas, Graciela Melo, Margarita Mayoral y mi persona, entre otras– nos reuníamos periódicamente para compartir proyectos y resultados. En junio de 2007, Amparo Novoa, Ángela María Sierra, Isabel Corpas de Posada, Li Mizar Salamanca, María del Socorro Vivas, Maricel Mena y Olga Consuelo Vélez, comenzamos a hacer realidad ese espacio de reflexión teológica que años atrás habíamos intentado conformar. Un espacio de reflexión proyectado a la construcción de comunidades incluyentes y liberadoras.

Así nació la Asociación Colombiana de Teólogas, en el ánimo de integrar esfuerzos, compartir trabajos e investigaciones y darlos a conocer. También con el propósito de identificar el aporte de la teología hecha por mujeres y crear comunidad teológica en la que el ejercicio académico sea el eje dinamizador y el compromiso con la realidad el eje articulador del discurso teológico.

 

Prof. Javier Enrique Cortés Cortés Sociedad Chilena de Teología Universidad Católica del Norte Coquimbo, Chile

(1.) En la última década más o menos, ¿en cuanto a un desarrollo teológico en su región y / o país que se considera prometedor?

En primer lugar, es importante mencionar que nuestra asociación de teólogas y teólogos, la Sociedad Chilena de Teología (en adelante SCHT) reúne a académicos del norte, centro y sur del país. Esta asociación cumple 27 años sirviendo como instancia de reflexión “al servicio de la comunión de sus integrantes y de todo el pueblo de Dios” (Reglamento, 1988, Nº 1), y sus temas de interés lo constituyen “la reflexión teológica con particular referencia a la problemática chilena y la latinoamericana” (Regl., Nº 2). La discusión de las temáticas es tratada por sus socios en su asamblea anual. Los estatutos de la SCHT fueron aprobados por la Asamblea Plenaria de la CECH[1] en diciembre de 1988, y fueron ratificados por el Comité Permanente en noviembre de 1991. El Comité Permanente de la CECH cada dos años ratifica a la nueva directiva elegida por sus socios/as.

La propia SCHT se ha constituido como una oportunidad de desarrollo para la reflexión teológica nacional y la consolidación de trabajos en redes. En estos momentos estamos en un cambio de la dinámica de funcionamiento buscando tener mayor impacto en el escenario pastoral y eclesial del país. Lo anterior constituye una novedad por cuanto la dinámica tradicional había sido la celebración de la asamblea anual en la cual se trabajaba algún tema definido con un año de anterioridad pero sin mayor impacto en el medio eclesial y social. En efecto, el ejercicio de la reflexión teológica casi siempre estuvo asociado a las líneas de desarrollo de los centros de formación teológica ya sean Facultades, Institutos o Departamentos y, muy circunscrita a la preocupación académica sin plantearse grandes desafíos con temáticas fronterizas o de interés multidisciplinar. No obstante, este panorama está sujeto a cambios desde algunos años, debido a diversos factores entre los cuales podemos hacer mención a algunos:

Existe un cambio generacional importante, por cuanto la mayoría de los socios fundadores ha jubilado, y sólo unos pocos continúan en la SCHT. Existe un grupo de socios que recién están iniciando su trabajo académico por cuanto hace un par de años han terminado sus estudios de postgrados. El panorama anterior plantea un problema con el cambio de docentes y las generaciones para la continuidad. En este nuevo escenario ha surgido la inquietud por fortalecer más la SCHT.

Un segundo punto que ha originado un cambio en la reflexión teológica en los últimos años, ha sido de gran impacto generado por los sucesos de abusos en la Iglesia en donde se han visto involucrados sacerdotes que habían ejercido un gran predominio en sectores influyentes de la sociedad chilena. Al respecto, la propia SCHT realizó una reunión extraordinaria al respecto en la cual elaboró una carta a modo de documento de trabajo que el objetivo generar una discusión y reflexión al interior de la sociedad en el contexto de su jornada anual del 2011. En la carta existía una gran preocupación por la crisis que estaba viviendo la Iglesia chilena generada por los graves casos de abuso a menores por parte de sacerdotes y religiosos. Se reconocía que esa crisis podía ser una oportunidad para reflexionar desde nuestra vocación teológica en cuatro aspectos. Primero, la SCHT expresó su corresponsabilidad eclesial. Cada uno como teóloga o teólogo, desde su espacio de formación y desde su propia vocación, laica o religiosa, podía hacer un aporte para discernir pasos y caminos que procuren un encuentro, que generaran el espacio para dialogar sobre la crisis y proponer soluciones que generaran nuevamente la confianza. Segundo, lo anterior era un imperativo que nacía de la Vocación teologal, era importante indicar que no se debía renunciar a la vocación teologal, que nos permite vivir plenamente en nuestro mundo, pero al mismo tiempo nos permite mantener una postura crítica de aquellas situaciones que no generan vida, y que al contrario promueven división y muerte. Tercero, se aludía a la necesidad de una presencia consensuada que discierna teológicamente la situación de crisis. Por último, la crisis eclesial de los escándalos obligaba a una revisión de la formación teológica en las Universidades y Centros teológicos. Pensábamos que era muy necesario generar una revisión profunda de la teología que estamos enseñando en nuestros espacios laborales, pues hay una sensación muy fuerte de que se enseña una cosa a nuestros estudiantes laicos y religiosos y después en la práctica de esos mismos formados se percibía otra orientación.

Otro de los aspectos, interesante en los últimos años alude a forma de trabajar de manera mancomunada entre los centros teológicos hacia temáticas cuyo abordaje interdisciplinar y desde las ciencias positivas podían ser discutidas de mejor manera. Esta tendencia se vio reflejada en los últimos encuentros anuales de la SCHT que tenían dentro de sus invitados algunos exponentes del área de la sociología, sicología, antropología por mencionar a algunos. En esta línea, se ha incrementado una nueva modalidad de trabajar en conjunto con los centros teológicos, este nuevo ímpetu se ha concretado en esfuerzos por unir a académicos investigadores de diversos centros teológicos del país en torno a temática de interés suscitada con motivo de la celebración de los 50 años del Concilio Vaticano II.

La buena experiencia de trabajo en conjunto ha permitido poner atención a temáticas más contingentes como son la formación de profesores de religión, y las temáticas de interés de los cambios sociales de Chile, los problemas del sistema económico imperante y los tópicos tratados por los últimos informes del PNUD (Programa de Naciones Unidad para el Desarrollo) Chile.

También ha existido mayor colaboración entre los teólogos y teólogas con algunas áreas de la CECH para organizar en sus congresos teológicos pastorales en torno a la misión continental promoviendo una teología con mayor resonancia en el área vivencial de la fe.

De igual forma, se debe señalar la organización de una Asociación Bíblica Chilena que tuvo su primer encuentro el año 2013, existe mucha preocupación por revitalizar los estudios bíblicos en Chile y generar redes de colaboración.

Por último, el pontificado del Papa Francisco ha sido interpolador en su forma de humanizar el quehacer teológico en la Iglesia y la confianza hacia temáticas particulares de la reflexión teológica latinoamericana.

(2) Por lo que se piensa en las próximas décadas, ¿Qué es lo que usted cree que será una importante oportunidad para el desarrollo de la teología en su región y / o país?

Una temática amplia que genera mayores oportunidades para el desarrollo de la reflexión teológica es el fenómeno de la interculturalidad. Frente a este tópico, podemos distinguir dos escenarios, uno que podemos definir como externo referido al incremento de inmigrantes de países vecinos que vienen a Chile en busca de nuevas oportunidades. En cierta forma, ya se está percibiendo que este fenómeno es un nicho de oportunidades o más bien de desafíos para enfrentar los cambios sociales promoviendo una sociedad más inclusiva con los extranjeros. Estos nuevos cambios, requieren que sean atendida no sólo las necesidades de nuevos grupos de población sino, a su vez, destinar atención hacia la propia población chilena. Un segundo frente, es más bien de carácter interno y dice relación con la inclusión y el debido respeto hacia los pueblos originarios, situación en que el Estado chileno aún tiene deudas pendientes. Dentro de las mayores etnias en Chile, los mapuches aún reclaman los derechos sobre sus tierras las cuales sobrepasa un mero valor territorial por cuanto para éstos tiene un sentido de identidad y pertenencia. Además este pueblo conserva sus costumbres y ritos con plena vigencia a diferencia de otros grupos étnicos de Chile. Cabe indicar que los mapuches constituyen el 84 % de la población indígena en Chile. Otros grupos como atacameños, quechuas y aimaras, constituyen poblaciones menores cuyo patrimonio se encuentra anclado más bien el pasado. En el caso del pueblo mapuche se requiere una trabajo de reflexión teológica que ahonde en sus cosmovisiones y se sensible a sus demandas.

El tema de la interculturalidad reclama con mayor razón el tratamiento desde un enfoque más interdisciplinar como se ha ido percibiendo dentro de la SCHT.

Un segundo tema que es espacio de oportunidad es reflexionar en torno a la misión continental en un escenario cada vez más cambiante de la sociedad chilena. Es importante interrogarse cómo enfrentar los escenarios de la misión continental, en esta línea debe continuar el trabajo de los congresos teológico pastorales que se han concretizado en los últimos años.

De igual manera, se plantea la oportunidad de mirar hacia el fenómeno de la religiosidad popular que es predominante en la zona norte de país, aquí existen una serie de planteamientos que la reflexión teológica debiera hacerse cargo.

Por último, emergen en algunos centros teológicos el interés por abordar temas de ecumenismo en un escenario de mayor acercamiento de algunas iglesias cristiana, y del diálogo interreligioso con comunidades judías y musulmanas.

(3) Por lo que se piensa en las próximas décadas, ¿qué es lo usted que cree que será como una amenaza importante para el desarrollo de la teología en su región y / o país?

En relación a las amenazas podemos plantear dos esferas que permiten establecer diferencias en la forma de cómo podrían ser abordadas. Un primer plano lo constituye el escenario actual de la sociedad chilena que se caracteriza por un mayor incremento de secularismo. Lo anterior se ha dejado ver, por ejemplo, en los censos de los últimos 10 años en la cual el número de católicos ha descendido. En efecto, en el censo del año 2002 el 69.96 % de la población mayor de 15 años se declaraba católico mientras que el 8,3 % dijo no tener religión o se declaraba agnóstico o ateo. Estas cifras en el censo de 2012 registraron una baja el número de católicos a 67,37 % y un aumento en la población que se declaraba sin religión a 11,58 %, en cambio las religiones evangélicas subió de un 15,14 % en el año 2002 a un 16,92 % en el año 2012. Pero más allá de las cifras estadísticas, se percibe una sociedad chilena marcada por un fuerte individualismo y con predominio de un modelo económico neoliberal que se ha convertido en modelo referencial para países vecinos. Lo anterior exige una reflexión crítica, actualizada desde lo fundamental del mensaje evangélico. No obstante, han surgido movilizaciones que han hecho explícito su malestar con el sistema. Este es un síntoma al cual la reflexión teológica no debiera dejar de atender. En efecto, se han dado manifestaciones cívicas de protestas que exigen un cambio radical en las políticas educacionales para asegurar una mayor calidad en la educación nacional y, en concomitancia con las demandas estudiantiles se ha visto una vez más como Chile se encuentra fraccionado en sociedad de enormes brechas sociales y de desigualdad económica.

Una amenaza que podríamos llamar incipiente o latente, es a nivel intraeclesial en la cual se corre el riesgo de algunos sectores que declaran una eclesiología en concordancia con el Vaticano II pero en sus formas operativas y litúrgicas aparece como un movimiento retrógrado y caracterizado por un neoclericalismo pernicioso. Estas manifestaciones no son claras sino más bien difusas y complica la forma de enfrentarlo.

Por otra parte, en una sociedad cada vez más secularizada se plantea un mayor desafío a los centros que participan en la formación de profesores de religión cuando este subsector del currículum educacional se vuelve vulnerable con riesgo de desaparecer y quedar confinado a colegios confesionales.

Por último, la gran cuestión que emerge en los últimos años es la relevancia de la teología en una sociedad donde hay menor adhesión al cristianismo, aunque por otro lado se diversifica y fortalece la vivencia espiritual. Además, la labor teológica está siendo radicalmente interpelada por la muy honda crisis de la Iglesia en Chile: indiferencia y la no participación regular de la mayoría de quienes se llaman católicos, el desinterés de la juventud por las estructuras católicas, y la desconfianza provocada por los casos de abuso sexual y mayor aún el abuso de poder clerical sobre las conciencias.

  1. [1] Conferencia Episcopal de Chile.

 

Dr. Gabriela M. Di Renzo Universidad Católica Argentina Buenos Aires, Argentina

En primer lugar señalamos el lugar que la mujer está ocupando en la teología Argentina.En estos últimos diez años la teología argentina ha desarrollado una amplia variedad de temas acompañando los contextos históricos, culturales y científicos de Argentina y el mundo.

A pesar de que estamos todavía en los comienzos, el ingreso progresivo de las mujeres a las intituciones académicas de teología ha generado no solo su inclusión como docentes o investigadoras en estos ámbitos sino un desarrollo de la mujer como tema de estudio y como paradigma dentro de la teología. Específicamente la institución a la que represento acaba de cumplir sus primeros 10 años.

Se vislumbran también otros ejes y temas en nuestra teología. Podemos situar desarrollos de la teología de los signos de los tiempos, como un hacer teológico desde un lugar específico y desde latinoamérica en la que los pobres, con todos sus rostros, constituyen un lugar teológico preferencial. Estos desarrollos dentro de la teología pastoral o sistemática, acompañan las situaciones históricas de marginación, exclusión y violencia que ha sufrido y sufre actualmente nuestra región.

En esta misma linea teórica nos encontramos también con estudios en relación a la pastoral urbana y a la espiritualidad urbana.

El tema de la memoria también ha sido recurrente, especialmente en relación a redescubrir los aportes de los teólogos de nuestro país y a poder interrogarnos sobre la identidad de nuestra propia teología.

Resultan significativos los desarrollos promisorios que ha abierto una teología en diálogo con otras comunidades religiosas.

Los temas patrísticos también han tenido un gran impulso entre los teólogos en diálogo también con la filosofía y la historia.

Se destacan las investigaciones y estudios de la teología en contextos científicos en lo que se desarrollan diálogos en diferentes niveles con otras ciencias.

El tema de los lenguajes también ha sido y sigue siendo objeto de múltiples abordajes teológicos, especialmente el diálogo de la teología con la literatura.

En cuanto al futuro próximo creemos que la asunción del cardenal Bergoglio como papa de la Iglesia Católica ha traido un aire fresco, renovador y liberador a nuestra teología que no pocas veces debe lidiar con paradigmas más bien alejados de las realidades locales.

De aquí que en un futuro se seguirá avanzando en las problemáticas mencionadas y en temas más innovadores en teología, especialmente en relación con la mujer, las ciencias y las culturas, y otras tantos sensibles al quehacer histórico y político de nuestro país.

Quedan pendientes hacia un futuro promover aún más desarrollos en relación a temas ambientales y a elevar la conciencia teológica de esta problemática que suscita en nuestro país, un interés creciente.

El tema ecuménico es uno de los grandes temas en los que se espera seguir avanzando gracias también a los aportes simbólicos de nuestro papa Fransisco.

El futuro también presenta numerosa amenazas para la teología, especialmente las que derivan de grupos de poder: políticos, económicos, eclesiales e ideológicos. Quizás la amenza más fuerte es la de contituir un discurso teológico que ya no cuente con las historias de varones y mujeres que transitan nuestro mundo.

A continuación cito solo algunas obras en relación a los temas antes mencionados referentes a la Sociedad Argentina de Teología, a grupos de investigación y a obras colectivas e individuales.

Sociedad Argentina de Teología

Sociedad Argentina de Teología (ed.), La transmisión de la fe en el mundo de las nuevas tecnologías. XXXIIa. Semana Argentina de Teología, Buenos Aires, Ágape, 2014.

Sociedad Argentina de Teología (ed) Dar razón de nuestra esperanza : el anuncio del Evangelio en una sociedad Plural : XXX° Semana Argentina de Teología   Buenos Aires, Agape, 2012.

Programas y Grupos de Investigación

Virginia R. Azcuy (comp.), La ciudad vivida. Sentidos y prácticas de espiritualidad en Buenos Aires, Buenos Aires, Editorial Guadalupe, 2014.

Virginia R. Azcuy; Nancy E. Bedford; Marta Palacio (coord.), Mujeres haciendo teologías. Huellas y cruces del camino, Número monográfico de Proyecto 63-64 (2013) 343pp.

Virginia R. Azcuy; Carlos Schickendantz; Eduardo Silva (eds.), Teología de los signos de los tiempos latinoamericanos. Horizontes, criterios y métodos, Santiago de Chile, Ediciones Universidad Alberto Hurtado, 2013.

Otras Monografías y Compilaciones

José M. Cantó; Pablo Figueroa (eds.), Filosofía y teología en diálogo desde América Latina. Homenaje a Juan Carlos Scannone, sj en sus 80 cumpleaños, Córdoba, EDUCC, 2013.

Víctor M. Fernández, Il progetto di Francesco. Dove portare la Chiesa, Bologna, EMI, 2014.

Carlos M. Galli, Dios vive en la ciudad. Hacia una nueva pastoral urbana a la luz de Aparecida, Buenos Aires, Ágape, 2011.

Diana Viñoles, Biografía de Alice Domon (1937-1977). Las religiosas francesas desaparecidas, Buenos Aires, Patria Grande, 2014.

Cecilia avenatti de palumbo, Belleza que hiere. Reflexiones sobre Literatura, Estética y Teología, Buenos Aires, Agape, 2010.

Lucio Florio (Ed.) Quaerentibus. Teología y cienciashttp://www.cienciayreligion.org/bookshelf.html.

 

Dr. Socorro Vivas Albán Asociación Colombiana de Teólogas Pontificia Universidad Javeriana Bogotá, Colombia

Presentar un informe acerca de lo que es nuestra teología colombiana y el impacto de ella en la iglesia y la sociedad, implica delimitar dos horizontes desde dónde hago la reflexión: primero desde mi mirada de mujer teóloga y segundo desde el contexto colombiano, para precisar, posteriormente, lo que ha sido su desarrollo en la última década, el impacto que podría generar esta teología en nuestra región y una mirada esperanzadora para su futuro inmediato.

Esta reflexión recoge el aporte de teólogas egresadas de Facultades de Teología que viven y trabajan de cuatro ciudades de Colombia: Bogotá, Cali, Medellín y Barranquilla.

  1. Desde dónde

No puedo dejar de hablar en la caracterización de la teología hecha por mujeres en Colombia, desde mi propia experiencia; marcada por mi observación, por mi opción por la vivencia y el estudio de la teología de manera sistemática y académica y por la manera cómo ejerzo el ministerio de la docencia, la investigación, la participación activa en distintos colectivos teológicos, la asesoría y acompañamiento pastoral a grupos marginales; y también, por la experiencia de exclusión en la participación de una iglesia ministerial de corte patriarcal, por los descubrimiento hechos en el pasado –como estudiante seglar de teología entre 74 compañeros aspirantes a la vida religiosa- y por el presente que me anima cada vez más a trabajar, escribir y acompañar distintos procesos de fe universal.

Asumimos la docencia en teología en Facultades e Institutos. Labor que trasciende distintos el campo social, eclesial y educativo; membresía en colectivos y movimientos de iglesias cristianas. Hay algo distinto en la manera cómo hacemos teología las mujeres: los elementos de la vida cotidiana se entrecruzan íntimamente con el hablar acerca Dios.

Expresamos la experiencia religiosa de otra manera. No asumimos solamente la formulación racional de la fe como única mediación universal del discurso teológico, ni salta de un tratado a otro para su estudio sistemático, sino que incluye un abanico vital de mediaciones y categorías que metafóricamente vinculamos con la experiencia que nos ayuda a expre­sar lo vivido sin agotarlo. Es un discurso, que hace percibir siempre algo más, que la palabra no consigue for­mular. Esta posibilidad vital de mediaciones no se hace explícito de manera formal científico, por llamarlo de alguna manera, son mediaciones propias de un discurso sapiencial, en el cual la relación con los otros, expresa la diversidad y la complejidad de las situaciones y desafíos humanos.

El lenguaje teológico se manifiesta de manera profética, o como canto de esperanza, o como lamento. La experiencia de este quehacer teológico empieza a ser cada vez más notorio, en la de fe en pequeñas comunidades y en la sistematización teológica que se elabora, se publica y de lleva a la academia. Se investiga como acontecimientos nacidos de la fe y de nuevo se continúa con el proceso como círculo hermenéutico.

Estas distintas maneras de hacer teología con ojos de mujer se da en niveles y contextos distintos, con la marca de diversas situaciones. Aspectos que han determinado una identidad histórica propia en la manera de hacer teología en Colombia.

  1. Contexto colombiano

Colombia está marcada por una fisura existente entre el país rural y el país urbano. Este punto de quiebre es el escenario de nuestro conflicto armado, o, el campo doloroso en el que se desarrollan nuestras violencias sistemáticas. Es decir, somos el producto de un conjunto de causas originadas en un sistema de violencias que se remonta y reproduce desde nuestra historia republicana. La única alternativa que se destaca, portadora de esperanza, ante este hecho, es la toma de conciencia por asumir la reconciliación de su humanidad rural con su humanidad urbana, en donde Colombia deberá reconocer que es un país de víctimas.

Este proceso se nos presenta como un reto en nuestro quehacer teológico y acción pastoral, como la necesidad por vincular conexiones entre las dos realidades colombianas: la rural que coloca la mayor parte de los muertos y la urbana que está de espaldas a este proceso de dolor y exclusión. Se nos impone una convergencia de miradas, de aportes desde distintas instancias a fin de ver surgir un país reconciliado.

Algo nuevo ha empezado a suceder en esta nueva forma de ser ciudad, en la manera de expresar lo espiritual y religioso, en el quehacer teológico de población vulnerable. La imagen de un Dios comprometido con su suerte y peregrinación, así como la presencia de una María más próxima a los problemas de las mujeres, de un Jesús más cercano que tiene palabras de comprensión para su realidad, son ejemplo de este cambio que se está forjando.

  1. Desarrollo teológico en la última década

En Colombia se está trabajando por una lectura de la biblia desde distintos acercamientos, estos son algunos de los aportes realizados hasta ahora.

– Las mujeres estudiamos Biblia para encontrar en los textos una fecundidad liberadora, tarea presente, también, en los varones que creen posible construir nuevas relaciones y nuevas hermenéuticas de género.

– También leemos la Biblia desde nuestros cuerpos, desde nuestros sentidos, desde nuestra condición de etnia, clase, religión y cultura.

– La cotidianidad es fundamental para esta lectura, que se hace desde las luchas solidarias por la vida, la paz, la salud, el trabajo, la tierra, la ecología, la organización y hasta la indignación ante la violencia que destruye la vida.

– Es una lectura comunitaria, ecuménica, celebrativa y liberadora.

– Asumimos tareas de vanguardia en la evangelización, en el quehacer bíblico teológico, en la investigación: seglares, religiosas, animadoras de comunidades, asesoras de proyectos comunitarios, talleristas, misioneras, algunas insertadas en barrios marginales, en trabajo con población vulnerable. Como expresión de este trabajo, se han constituidos colectivos de mujeres, su pretensión consiste en dar respuesta desde sus lugares a la situación socio- eclesial que vive el país.

El trabajo realizado por distintos grupos de teólogas, se ha configurado en cuatro temáticas fundamentales.

* Mujer – identidad, en una toma de conciencia de su ser y del compromiso en la iglesia y la sociedad.* Mujer – varón en trabajo equitativo. Integra la búsqueda de la mujer y del varón para crecer juntos y construir el sueño igualitario del reino de Dios.

* Mujer -Iglesia. Propicia la formación de las mujeres cristianas para cualificar su participación en la Iglesia y ganar derechos al interior de la misma. Impulsa las opciones y líneas de acción de la Conferencia de Religiosos de Colombia hacia la dignificación de la mujer laica y religiosa en su misión profética y evangelizadora.

* Mujer – ecumenismo. Mantiene una relación de comunicación y apoyo al movimiento popular de mujeres, con otras organizaciones feministas, regionales, nacionales, religiosas para la construcción de la unidad y el quehacer teológico-pastoral.

En los últimos años, la pastoral católica de mujeres y las diversas asociaciones que lideran estos procesos han vuelto a dirigir su mirada hacia el sacerdocio común y los carismas de las mujeres.

En el escenario celebrativo eclesial, en Colombia se está a hablando de una “iglesia de mujeres”. Solicitamos un lenguaje inclusivo en las celebraciones litúrgicas, que las formas lingüísticas reflejen nuestras experiencias.

Se está tratando por identificar cuál es nuestra identidad y nuestro aporte al quehacer teológico. En palabras de Isabel Corpas de Posada, ratifico que “si bien el mundo pensado por los hombres y para los hombres excluyó a las mujeres, en la actualidad, hemos podido adquirir una formación teológica, desde donde ‘percibimos’ en las prácticas históricas del mundo bíblico y de los dos mil años de cristianismo, datos que probablemente han pasado ‘desapercibidos’ para los hombres de iglesia”.

  1. Impacto teológico en nuestra región

Nos encontramos con un capital simbólico acumulado, con una herencia rica que es necesario saber retomar, asimilar y relanzar… pero en la mayoría de los casos, este camino se ha realizado en aislamiento, que es parte del problema que estamos tratando de atender. Nos relacionamos y sabemos de algunos colectivos de mujeres, pero, en la general, no hemos mirado más que a nuestro grupo, no ha habido un diálogo y una interacción suficientes entre unas construcciones y otras, entre unas prácticas y otras, y ello sólo puede traducirse en pérdida para el caminar del conjunto. Probablemente no hemos puesto demasiado cuidado en la posibilidad de enriquecimiento mutuo y así la visión desde fuera, desde y hacia la sociedad aparece disminuida en su aporte y en sus posibilidades reales.

Las teólogas colombianas tenemos un gran reto: aunque se han dado pasos, se tendría que insistir en que nuestros discursos teológicos académicos y populares, estén cruzados por la categoría género. Esta conceptualización sólo está presente en el trabajo realizado por mujeres que estamos conscientes de este proceso.

 

[1] Conferencia Episcopal de Chile.

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